No começo do mundo tudo acontecia. Os animais falavam com os homens, que os entendiam e que também falavam com eles.
Os homens amavam suas mulheres e estas eram muito carinhosas e amáveis com os seus maridos. Os astros já estavam lá no céu embelezando e sendo fonte de inspiração para as declarações amorosas dos namorados indígenas.  Brilhavam as estrelas, o sol e a lua.
Jaci, a lua, era um astro feminino muito solitária que vagava pelo céu à noite e sempre sentindo-se muito sozinha.
Um dia quando estava no céu ao amanhecer, conheceu
Guaraci, o sol e apaixonou-se por ele.
Fazia tudo para ganhar o seu amor e admiração exibindo o seu brilho prateado bem forte nas manhãs que o encontrava. Finalmente
Jaci conseguiu chamar a atenção de Guaraci que passou a admirá-la por sua beleza. Passaram a namorar. Mas a felicidade durou pouco. Não poderiam jamais se casar. Tupã o deus supremo, até deixava os dois se encontrarem. Mas viverem juntos, jamais. Um pertencia à noite o outro ao dia. Jaci chorou muito ao saber que nunca casaria
com seu amado. E chorou, chorou tanto que as suas lágrimas foram enchendo o rio que rasga o continente. Este rio tornou-se o maior rio em
volume d'água do mundo. É o Amazonas. Ele é prova do amor que a lua tem para com o sol. Suas águas são lágrimas. Por isso até hoje
Jaci teima em
ficar ao lado de
Guaraci durante o dia. É para matar as saudades do seu amor.